Descrição
A marca da obra poética de Arménio Vieira é a distopia, a vivência do Nada, a meditação sobre a passagem inexorável do tempo, grande tema dos grandes poetas. Seu texto centra-se no presente da escrita, que reencena diálogos profícuos com autores, obras, temas e personagens da literatura mundial. Mesmo quando tece algumas referências diretas ao seu país, o espaço representado ultrapassa o geográfico, com ressonâncias universais. Do leitor, Arménio exige a capacidade de jogar, de decifrar num poema inúmeros livros, de viajar por uma vastidão bibliográfica que tem por modelo a “imensa biblioteca de Borges”. Assim, autor e leitor dão, no ato de leitura, a medida do que leram. “Doravante o livro é teu. Serás tu a medi-lo”, desafia Arménio Vieira neste Sequelas do Brumário. Embrenha-te, pois, no labirinto, destemido leitor!
Simone Caputo