Descrição
As relações políticas e culturais entre a América Portuguesa e a América Espanhola foram marcadas por algumas identificações e por muitas oposições. Para além da histórica disputa de terras do Novo mundo houve grande diferenciação cultural e linguística entre as duas. Por razões que merecem ainda serem mais bem estudadas, as gerações que vieram após a estabilização do status quo geográfico e político, instalou-se uma indiferença cultural entre os dois lados linguísticos da América do Sul que se tornaram instrumentos da negação histórica de uma convivência efetiva de vizinhos que existiu, no passado, na Península Ibérica e que seria salutar retomar na atualidade. Foi somente a partir dos anos 1960, primeiramente por chamamento de artistas (Mercedes Sosa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carlos Gardel e Gal Costa) e em seguida por manifestações de poetas e escritores (Pablo Neruda, Vinicius de Moraes, Jorge Luis Borges e os autores do chamado dorealismo fantástico) que fomos conjuntamente despertando para a necessidade do conhecimento mútuo e de encetarmos ações que nos unissem na diversidade das influências dos povos autóctones e na unidade da formação ibérica que nos une nessa América Latina.
Este livro apresenta-se como despretensiosa contribuição para ampliar o conceito de que somos pertencentes de um mesmo contexto e nele precisamos assumir nossa convivência e não opor ou diferenciar. Os artigos buscam atingir, desta forma, por meio de reflexões sobre as artes e sua relação com a Literatura parte das finalidades do Grupo de Pesquisa LiterArtes, dedicado ao estudo da Literatura e à sua relação com as outras artes.
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