Descrição
Hortênsias que ornam uma vida – Para mim, os autores dos livros de memórias viajam pelo próprio passado para enriquecer o presente de quem os lê. Com toda franqueza, sendo eu campineiro apenas de papel passado pela Câmara Municipal, conheço, contudo, poucas pessoas que a mim representem o que seja verdadeiramente ter nascido nessa bela cidade, como a professora e escritora Ana Maria Melo Negrão.
Se a vejo, por exemplo, numa das quase sempre gloriosas manhãs azuis que cobrem a urbe, a caminhar pela rua Silva Telles, onde mora, é como se um pedacinho da alma campineira de repente se corporificasse; para bater, com seus passos, um chão para ela sagrado. E digo isso, com a sincera simplicidade de quem é tão somente cronista de jornal, para glorificar o bom instante em que Ana, com imenso amor, resolveu sentar diante das teclas para compor este maravilhoso repositório de lembranças a que deu o título de “No Azul das Hortênsias”.
Ela em Campinas. Campinas nela. Pulsar de emoções. Nossa professora, que é também vice-presidente da Academia Campinense de Letras, pelo seu espetacular trabalho como intelectual se tornou personalidade extremamente admirada no meio em que vivemos. Destaco agora, entre seus vários livros já publicados, dois que me tocaram fundamente.
Refiro-me ao monumental “Infância, Educação e Direitos Sociais”, que trafega sobre a bela história de Campinas no cuidado com os despossuídos; e, “Pernas Cruzadas, Meias Rendadas”, que desvenda casos pitorescos e picantes deste chão de Barreto Leme entre os anos de 1930 e 1970.
Pois bem, agora, aureolada pelas pétalas das hortênsias, Ana vem nos falar de algo que, para ela, sua própria existência escreveu; a fim de que, neste momento, nos pudesse contar. Caminharemos sobre fatos sucedidos sob o sol e luares, na estrada ornada pelas flores que estão no título. Da alma dos livros de memórias é inevitável que se espalhe um aroma. De vida. Antonio Contente
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