Descrição
Descrito pelo duque de Nottetempo, seu contemporâneo, como «um brigão, um arruaceiro», o pintor Caravaggio passou uma temporada na Sicília, em 1609, aguardando o indulto papal por um crime de sangue que cometera em Roma. Na ilha, pintou para o referido duque uma tela que ficaria conhecida por A Adoração e que esteve no Oratório de S. Lourenço, em Palermo, até ser roubada em 1969, ano em que nasceria Antonia Rei.
A mesma Antonia que, em 1992, testemunha um homicídio perpetrado pela Máfia numa praça da cidade onde é interrogada pelo comissário Salvatore Amato, que lhe deixa os contactos para o caso de, passado o choque, se lembrar de algum pormenor relevante. E Antonia contactá-lo-á, de facto, uns dias mais tarde, pedindo-lhe protecção, mas não é curiosamente sobre o assassínio que lhe quer falar, antes sobre o roubo do famoso quadro.
Oscilando entre passado e presente, entre a história fascinante da pintura d’A Adoração no Palazzo Nottetempo e a da investigação de Salvatore Amato no mais violento período da acção da Máfia, este romance recorre aos jogos de espelhos como os que Caravaggio usava nas suas pinturas para atrair ao mesmo vórtice de luz e trevas as vidas de um leque de personagens cativantes, mortas e vivas, mas misteriosamente condenadas ao desencontro.
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