Descrição
“No exato momento em que um homem é reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante, o desejo ou a necessidade de lhe comunicar seus próprios sentimentos e pensamentos fez com que ele procurasse os meios para fazê-lo.
Não foi a fome nem a sede, mas o amor, o ódio, a piedade e a cólera que o fizeram falar.” Ao formular esta hipótese em seu Ensaio sobre a origem das línguas, Rousseau contempla o reconhecimento do outro e a força motriz das paixões na gênese e no funcionamento das interlocuções humanas. Podemos reconhecer no outro um outro eu pelo modo como ele sente, pensa, age e fala.
Nesse caso, o amor e a amizade, a confiança e a piedade e outros afetos afins serão constitutivos das práticas de linguagem. Porém, infelizmente, também podemos ver e ouvir o outro não como um igual distinto, mas como pura ou grande diferença, que nos suscita temores e terrores, ódios e indignações.
Em Xenofobia e intolerância linguística, Jocenilson Ribeiro mostra com muita argúcia como as percepções e as apreciações da língua do outro e de suas formas diversas de vida geram a hospitalidade e a hostilidade com que vamos tratá-lo. Compreender as reduções e as negações da humanidade alheia é sempre tarefa decisiva de toda crítica. Quando o ódio à diferença está amplamente disseminado, essa tarefa é ainda mais urgente. Para isso, a leitura deste livro é um passo fundamental. Carlos Piovezani e Luzmara Curcino – Professores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
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