Descrição
Incrível tal como uma lenda constante da rapsódia de Mário de Andrade, soaria inconcebível a história de que um mosquito, ao picar uma mulher grávida, pudesse levá-la à gestação de um bebê de cabeça pequena.
Daí, talvez, abrolhar-se a possibilidade de fantasias em torno de um tema tão temível e, ao mesmo tempo, que delineia sob um matiz de fábula. Junte-se a isso uma instabilidade política pela qual passa um país e teremos, como resultado, uma enxurrada de incertezas, dúvidas que aterrorizaram qualquer gestão, qualquer gestação.
Parece-nos estória de Macunaíma, parece-nos estória de pescador, parece-nos estória de governo que aspira mudar o foco instaurado sobre sua crise ética. E, quem sabe, tudo isso, só pareça mesmo. A circulação de informação em tempos de rede mundial, de ligeireza propriamente compatível com a sociedade contemporânea, foi permeada por controversas informações que circularam durante o período de Emergência em Saúde Pública no Brasil para o episódio do vírus da Zika e sua possível correlação com casos de microcefalia em recém-nascidos.
De modo tão efêmero, instável e suscetível a mudanças quanto às próprias descobertas científicas, pulularam, na velocidade da pós-modernidade, informações a respeito dessa tensão na saúde pública.
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