Descrição
Trata-se sempre do Brasil visto por si mesmo. Mas nunca se imagina que haja um Brasil para ser visto, como se só houvesse um – seja o da natureza, seja o da desigualdade – nem que haja só um Brasil que vê a si mesmo – pois que nossa divisão em classes é de doer! O país surge retalhado e os olhares sobre ele são enviesados, cruelmente interessados […] O mais importante é que ela mostra, pelas frestas que são os seus ensaios, pedaços da realidade, sem pretensão de sugerir que é este todo país real. O real é a diversidade, mas não a diversidade desejada e celebrada por pontos de vista que valorizam o heterogêneo, mas a diversidade que põe lado a lado a opulência e a miséria, a competência e a corrupção, o Brasil dos turistas e o que as campanhas pelo turismo querem esconder, as obras destinadas aos eventos erguidas em espaços dos quais os moradores pobres foram desalojados.
Sírio Possenti
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