Descrição
Por intermédio da descrição dos fatos e fenômenos é que se torna possível a reflexão sobre o irrefletido. A produção sígnica é a plataforma que dá ao homem os meios indispensáveis à organização do pensamento e à sua conversão em linguagens e códigos. Por esses meios, o irrefletido torna-se signo e sobre ele torna-se possível projetarem-se os holofotes da especulação científica (ou técnica) com vista a se lhe investigarem a estruturação interna e a situação externa (no tempo e no espaço), dando-lhe significado e permitindo a depreensão de sentido por parte de cada intérprete (leitor, investigador). Com base no tripé da primeiridade, secundidade e terceiridade construído por Peirce, pode-se deduzir que a representação do efeito produzido pelo contato entre phaneron e mente se faz iconicamente pela descrição das qualidades do “objeto-sensível” (entre aspas por se tratar de algo ainda inefável); indicialmente pelo relato de suas relações tempo-espaciais com outros objetos sensíveis reconhecidos e representados simbolicamente, por meio do discurso sobre o objeto: signo terceiro que envolve juízo de valor do intérprete sobre o objeto sensível representado. Logo, lançar mão da Semiótica como moldura metodológica para uma investigação é traçar um esquema tridimensional para a interpretação dos signos que se constituírem como objetos de análise, dando ao pesquisador, no mínimo, três estágios de testagem de suas hipóteses e de projeção de suas conclusões: pela primeiridade, pela secundidade e pela terceiridade.
Avaliações
Não há avaliações ainda.