Descrição
Resistirei a definir o conceito de técnica. A técnica (tal como a axiologia que a sustenta, o poder que ela confere, o uso nela previsto, proposto, improvisado) dependerá, em cada instante, de uma escrita singular. Por isso, tentarei não fixar o conceito numa só definição, mas espero redescrevê-lo em cada página, ou diversas vezes no interior de um mesmo parágrafo. Qualquer descrição será sempre circunstancial e efémera.
Acrescentarei apenas que a técnica é um saber-fazer, sim, mas esse saber-fazer implica uma tomada de posição no domínio dos valores. Para que se usa a técnica, por que se recorre ao saber-fazer, como se descreve – dentro da própria técnica – o que ela vale, e que mundo ela inventa? Pois não há técnica sem a invenção de um mundo, uma posição no mundo, a invenção de um gesto: entusiasmo, medo, pequena ordem que se impõe às coisas, inquietação do pensamento.
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