Descrição
Segundo Matei Calinescu (1934-2009), a valorização do novo, que fundamenta os conceitos de modernidade e de modernismo, traz implícita a ideia de que o passado não tem mais caráter normativo, tendo perdido a legitimidade para oferecer modelos ou impor direções aos artistas, o que redundou no aparecimento de uma sensibilidade estética alicerçada no relativismo histórico e na crítica à tradição. No âmbito da arte, a grande mudança cultural, que caracteriza a modernidade, verifica-se na passagem de uma estética da permanência, baseada na crença de uma beleza imutável e transcendente, para uma estética da transitoriedade e da imanência.
Essa transição histórica não ocorreu, porém, de maneira tranquila, no sentido de que uma estética tenha simplesmente substituído a outra. Quando se percorrem os caminhos da modernidade, desde a sua formação, no século XIX, até seus desdobramentos contemporâneos, verificamos uma variada e complexa relação entre o impulso para o novo e a busca de permanência, articulada com outras tensões e contradições entre as tendências que caracterizam a arte antiga, definida como tradição clássica, e aquelas que definem a arte moderna.
Os autores dos ensaios deste livro percorrem alguns desses caminhos, buscando compreender alguns aspectos da estética moderna e modernista nas obras de diferentes escritores. (Maria Lúcia Outeiro Fernandes)
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