Descrição
Em nosso tempo sombrio, em que vicejam as violências, intolerâncias, injustiças e corrupções, a sobrevivência da experiência parece depender como nunca da sobrevivência das imagens, esses “vaga-lumes” que materializam nada menos do que as resistências do corpo e do pensamento diante das ofuscantes luzes do poder e da política, como dia Georges Didi-Huberman.
É essa sobrevivência da indignação nas imagens que nos interessa desde 2018, quanto iniciamos a pesquisa intitulada “Levantes amazônicos: dimensões estéticas e políticas das imagens da resistência”. Nosso objetivo, desde então, tem sido explorar e compreender os modos como imagens de diferentes regimes de visibilidade articulam, poética e esteticamente, as emoções da indignação e da revolta, revelando, assim, sua dimensão política. Interessamo-nos pelas relações entre imagens e afetos, buscando entender como certas experiências visuais e sensíveis preservam e expressam os sentimentos de indignação. Nesse sentido, nossos esforços de investigação têm se voltado às seguintes indagações: Como certas imagens são capazes de dar forma visível ao páthos da indignação? De que maneiras elas manifestam os desejos de emancipação?
Essas perguntas foram centrais para a realização da exposição Levantes amazônicos, que deu origem a este livro-catálogo contendo algumas de nossas reflexões e a reprodução das obras participantes da mostra, em 2024.
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