Descrição
O republicanismo constitui uma doutrina política, jurídica e filosófica que remonta da Antiguidade até à Contemporaneidade e, como consequência inevitável deste percurso, perpassa todos os momentos da história da humanidade, envolvendo muitos autores e correntes de pensamento. O título do livro “Republicanismo(s)” pretende justamente dar conta do irremediável caráter multifacetado desta trajetória. Da Grécia até o século XVIII, todas as versões do republicanismo eram associadas à ideia de que o ser humano deve ser senhor de si próprio e, portanto, deve dar a lei para si mesmo, autonomia, o que, na perspectiva política, significa que o cidadão somente deve obedecer à lei a que puder dar o seu consentimento na medida em que é seu próprio autor, autolegislação, autogoverno, autodeterminação. Na Contemporaneidade, esta ideia fundamental foi consolidada por autores liberais que diferenciaram o liberalismo do republicanismo a partir da liberdade. Neste sentido, Benjamin Constant relacionou o republicanismo com a liberdade dos antigos, como exercício da soberania popular e Isaiah Berlin interpretou a autonomia e a autodeterminação como forma da liberdade positiva. Isto gerou uma reação do neorrepublicanismo, na segunda metade do século XX, que associou a ideia da soberania popular com o populismo, enquanto, o republicanismo exigia um ideal mais modesto, apenas não ter que se submeter à vontade arbitrária dos demais, a não-dominação.
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