Descrição
Uma das formas encontradas para trabalhar com essa proposição se materializa na/pela procura dos sobreviventes dos campos de concentração e na/pela oportunidade de que eles constituam narratividades em torno do que vivenciaram e do que podem testemunhar acerca do vivido/experienciado. O testemunho”[…] remete na maioria das vezes, para a urgência de dizer o percurso de um sofrimento e, com esse relato, transmitir algo que aconteceu com um sujeito; um sujeito que enuncia a partir de uma posição o discursiva e sob determinadas condições históricas de produção” (MARIANI, 2021, p. 70); um dos caminhos encontrados para estancar as verdades resvalantes.
Dessa forma, das “verdades incômodas”, que resvalam, ressonam sentidos (re)atualizados nos/pelos discursos testemunhais que estão amparados pela instituição: o museu que nos ocupamos funciona como esse lugar onde essas “verdades” podem circular, fazer sentido e contribuir para que esse passado não retorne. Venturini (2020, p. 24, grifos da autora) sinaliza que um museu. […] só existe se houver uma sustentação pela história e pelo simbólico, construindo interesses comuns que se inscrevam no simbólico ou na história e trabalhem para a construção de uma narratividade que ‘sustente’, ‘legitime’ e, mais do que isso,’ emocione’ os sujeitos de uma formação social. Podemos, assim, falar em “verdades”, sejam elas “incômodas” e/ ou resvalantes, porque há, na prática, sustentação e legitimidade que se concretizam e residem nos discursos acerca das experiências vivenciadas pelos sobreviventes no Holocausto. |
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