Descrição
O capital tradicional ou sua mutação (o “neoliberalismo”) destrói essências (ontologias), esvazia conteúdos, “desnatura” e usurpa – usando a seu favor – tudo que pode deteriorá-lo. Eis a principal relação discutida neste livro: o neoliberalismo se apropria da ludicidade, desmantela sua ontologia autotélica e passa a “utilizá-la” para produtividade e exploração. Propagandeando diversão, positividade e liberdade, porém com o intuito de permitir mais lucro e (auto)exploração sem resistências, o neoliberalismo usa máscara de ludicidade “utilitarista” (“lúdico”, gamificação e todo um vocabulário neoliberal: motivação, competências, engajamento, resiliência etc.). Superexcitação egóica e emocional (embotadora da reflexão, cognição e criticidade); ubiquidade, disponibilidade permanente, ultraceleridade, hiperdigitalidade e hiperinformação (desestabilizantes e ansiogênicas) tornam possível essa máscara que esconde na economia – a velha lógica consumista e produtivista – e na educação – a velha memorização para rendimento/ notas. Mas, quando o interno do indivíduo está inteiro e em equilíbrio, criam-se condições de um externo mais saudável e equânime.
A ludicidade “subjetiva”, que entrelaça autotelia, eutrapelia, ataraxia, [inter/ intra] relação e cognição, é aquela que defendemos e desejamos a presença em nossas realidades. Por isso, sugerimos que ela tenha protagonismo em nossas vidas [social, política etc.], desmascare intencionalidades neoliberais e manifeste-se como experiência potencializadora de emancipação.
Nesta obra discutimos esses aspectos perpassando por conhecimentos sobre psicopolítica, psicopoder, engajamento, doenças neoliberais e pela necessidade que temos de desmascarar essa realidade que nos controla e (auto) explora com nossa permissão.
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