Sempre a jogo: 60 anos de Malagueta, Perus e Bacanaço

Descrição

No dia 05 de junho de 1963, João Antônio anunciava ao amigo Jácomo Mandatto o lançamento de Malagueta, Perus e Bacanaço: “Meu lançamento, coquetel e outras palhaçadas tais como autógrafos e outros que tais, dar-se-ão cá na Livraria Teixeira, à Rua Marconi, no dia 21 de junho (uma 6ª feira)”. Nesses sessenta anos desde a sua estreia, o livro angariou uma legião de admiradores e, certamente, também alguns detratores. Sofreu (n)um incêndio; ficou mais de uma década na geladeira do ostracismo, conforme expressão do próprio autor; recebeu críticas contundentes de quem só via populismo na obra do contista, mas sempre renasceu mais forte. E se é verdade que envelheceu – afinal são 60 anos! – fez isso muito bem, chegando à “terceira idade” com fôlego renovado.

Os artigos desta coletânea comprovam esse vigor de M.P.B., por meio de pesquisas acadêmicas que vêm sendo desenvolvidas ao longo do tempo, principalmente após a cessão do acervo do escritor ao CEDAP-Unesp-Assis em 1997. Ilustra esta perspectiva a diversidade de instituições aqui representadas, UEL, UNESP-Assis, USP, UFPR, UFC, UERJ, UNESP- Araraquara. Além disso, se esta coletânea é fruto do incentivo do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina, também lembramos que o escritor viveu alguns meses em Londrina, temporada na qual publicou textos importantes, posteriormente agregados às suas publicações em livro.

Essa deambulação de M.P.B., do Rio de Janeiro de 1963 à Londrina de 2023, reafirma a vivacidade da trajetória de seus personagens, permitindo-nos imaginar que, se vivo estivesse, talvez João Antônio lacrasse: “Ó divisão cheia de sócios, de nomes, de mãos a pegarem no meu dinheiro!”.

As organizadoras