Descrição
Em um mundo povoado de olhares sobre a juventude, este trabalho propôs-se a indagar, por meio do diálogo entre a antropologia e a comunicação, quais os significados que jovens das camadas médias e populares de Belém do Pará, segundo maior centro urbano da Amazônia brasileira, atribuem à sua própria experiência.
Durante oito meses foram entrevistados em profundidade jovens de bairros centrais e periféricos da cidade.
Buscou-se apreender como aspectos diversos de suas vivências cotidianas contrastam e desconstroem as imagens homogeneizantes em torno dos jovens que circulam contemporaneamente, em diferentes searas discursivas, com especial ênfase aos meios de comunicação. Essas representações projetam, ao mesmo tempo, um jovem ideal e seu duplo negativo, o desviante, em discursos impregnados de estereótipos e de marcadores sociais da diferença.
Articulando dois níveis principais de pertencimento e formas de inserção na cidade, as comunidades imediatas de significação – a família, o bairro, a vizinhança, escola, a rede de amigos – e as comunidades imaginárias mais amplas, especialmente a mídia e as redes sociais na internet, a pesquisa revelou que os sujeitos interlocutores ativa e intersubjetivamente produzem seu mundo de significados e tecem projetos, negociando e, por vezes, contrapondo-se aos sentidos que se lhes quer atribuir por sistemas institucionais e simbólicos.
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