Descrição
A problematização teórica das materialidades discursivas, nas palavras de Michel Pêcheux (2016, p. 24), um dos fundadores da Análise de Discurso (AD) de orientação franco-brasileira, “surge precisamente daquilo que, entre a história, a língua e o inconsciente, resulta como heterogeneidade irredutível”. Desde o início da AD interessa pesquisar e discutir a respeito da heterogeneidade discursiva e de suas materialidades. Courtine (2006) soube seguir muito bem essa esteira do princípio da heterogeneidade. Sua visão, assim como a de outros analistas de discurso, foi perspicaz ao compreender que, com o surgimento das grandes mídias e com a importância cada vez maior que o audiovisual e as imagens adquiriram no tecido social (mais recentemente, por meio da internet e das redes sociais), estudar a linguagem a tomando como discurso impõe a necessidade de se pensar em algo próximo a uma semiologia discursiva, a qual contempla a análise do verbal e do não verbal.
Nesse sentido, os textos que integram esta coletânea giram em torno desse diapasão do ponto de vista de que a “heterogeneidade irredutível”, de que fala Pêcheux, permite pensar em materialidades discursivas verbais e não verbais, bem como em suas relações com a memória.
Desse modo, os capítulos buscam compreender como são produzidos efeitos de sentido em diversas materialidades significantes, na relação com o arquivo como lugar de memória.
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