Descrição
Ler/ouvir as canções de Chico Buarque, sejam aquelas produzidas no período da Ditadura Militar, ou as que foram produzidas no período pós-ditadura, é fazer um movimento que nos convida a refletir sobre diferentes momentos da história recente do Brasil, nos quais visualizamos um lugar de autoria visto como uma das funções que o sujeito ocupa na ordem dos discursos e dá aos textos seus “nós de coerência, sua inserção no real”, como nos ensina Michel Foucault. O lugar de sujeito e de autor ocupado pelo nome Chico Buarque caracteriza a produção estética e política desse artista como uma poética de resistência à diversas situações de conflito e de rupturas democráticas ocorridas no Brasil. De forma crítica e inventiva, as canções buarqueanas agenciam discursos que deram e dão voz a grupos marginalizados, excluídos e infames, demarcando lugares políticos do autor ao longo da história. Além de dar visibilidade a grupos marginalizados, algumas canções desse autor entoaram movimentos de resistência durante o período militar e parte delas foi acionada nos protestos em defesa da democracia nos movimentos políticos anteriores ao golpe de 2016. Que força tem essas canções? Que discursos as constituem? Quais acontecimentos históricos e discursivos as circundam e possibilitam que algumas canções voltem e embalem os gritos de defesa da democracia e da afirmação dos direitos humanos? Essas são algumas das questões que marcam o percurso de pesquisa deste livro que você, leitor, tem em mãos. Com sensibilidade, perspicácia e refinamento teórico, Maria Irenilce Rodrigues Barros nos convida a mergulhar no universo artístico de Chico Buarque e apreender os lugares de sujeito e os discursos inscritos no universo poético-musical e político buarqueano, produzindo formas de ler, dizer e cantar um país, o Brasil com sua diversidade sociocultural.
Professor Dr. Antônio Fernandes Júnior.
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