Descrição
Em 2020, Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, completou 60 anos de publicação. Essa data marcou a importância de Carolina Maria de Jesus para a literatura brasileira, onde seu lugar é fundamental, e mais, é inquestionável.
Se, nos anos posteriores ao lançamento de Quarto de despejo, obra que a projetou para o mundo, em agosto de 1960, a autoria de Carolina foi questionada, hoje, essa questão não tem mais lugar, ou pelo menos não deveria ter.
O questionamento pode até ser colocado, porém no contexto atual de lutas pelo lugar de fala das chamadas minorias, de lutas antirracistas, e pelo direito das mulheres à voz, esse tipo de recusa do lugar de escritora para Carolina de Jesus, não seria respeitado como uma reflexão séria proveniente da crítica literária.
O centenário de Carolina em 2014 foi um marco na recepção de sua obra no Brasil, mais uma vez, já que ela surge na mídia, no comecinho dos anos de 1960, e depois só volta a aparecer com uma força semelhante após o seu centenário, mesmo que muitas das manifestações ainda se concentrem em aspectos biográficos e testemunhais da obra.
Apesar disso, e como extensão da sua recepção nacional, hoje, a questão que surge em torno da obra de Carolina aponta para a sua perenidade no horizonte crítico, afirmando-se cada vez mais integralmente a sua importância autoral, para além do testemunho.
Nesta obra que ora apresentamos, reunimos algumas das mais importantes pesquisadoras sobre a extensa obra de Carolina Maria de Jesus – Aline Alves Arruda, Amanda Crispim, Maria Clara Machado Campello, Germana Henriques Pereira, Raffaella Fernandez –, que oferecem aos leitores instigantes ensaios sobre a obra de Carolina Maria de Jesus, tratando de questões atuais e prementes de sua obra, tão extensa quanto relevante para se compreender o Brasil desde os anos de 1950 até os dias atuais. Germana Henriques Pereira – Universidade de Brasília
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