Descrição
O ensaio de José Saramago, por exemplo, Da estátua à pedra, capaz de definir a gênese e desenvolvimento da sua escrita, não nos deixa mentir. Tal texto motivador e desencadeador das interpretações apresentadas – aliado aos Cadernos de Lanzarote e Às pequenas memórias, de sua autoria e ao romance, Autobiografia, de José Luís Peixoto – desencadearam as escolhas das obras literárias a serem comentadas e de determinados autores, eleitos pelos ensaístas. Partindo do princípio de que nenhuma sedução ou seleção é arbitrária, tramas sociais e intelectuais entrelaçam afetos e livres-arbítrios. A atração pela inscrição de determinados destinos individuais e de subjetividades situadas, tanto em termos estéticos, como éticos e políticos, acaba por definir a nossa existência e refletir quem nós somos ou julgamos ser.
Observa-se que as aproximações suscitadas permitiram aos ensaístas viajarem pelos “bosques da ficção”, através do conhecimento adquirido, da inteligência, da perspicácia e da criatividade inerente a cada um deles. E em decorrência das pesquisas desenvolvidas, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Letras, as interpretações textuais versaram sobre as obras de autores de diversas nacionalidades, desvendando as “viagens” que fi zeram no interior de “si próprios”.
As criações de Florbela Espanca; Ariano Suassuna; Maria Judite de Carvalho sob o pseudônimo de Emília Bravo; José Saramago; Valter Hugo Mãe; Sílvia Plath; Dandicat; Irene Lisboa sob o pseudônimo de João Falco; Henrique Marques Samyn e Lima Barreto ressurgem através de novos olhares críticos e iluminam as vidas de leitores-viajantes, plenas de inquietação intelectual.
Associada 4 de Literatura Portuguesa da UFRJ
Ângela Beatriz de Carvalho Faria Profª.
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