Descrição
Defender os estudos bakhtinianos para a prática formativa é contemplar as múltiplas vozes que se habilitam em sala de aula, é considerar a heterogeneidade da linguagem, as várias cores que tingem o dito e que o tornam o dizer de si, é refletir sobre o embate valorativo, os lugares sociais assumidos pelos interlocutores, é, por fim, considerar o processo dialógico de construção do conhecimento. Tematizar as múltiplas vozes na dinâmica escolar significa suscitar múltiplos olhares, múltiplos posicionamentos, múltiplas culturas, no jogo comunicativo.
Isto posto, a língua/linguagem pode ser entendida como ponte por meio da qual o mundo da cultura e o mundo da vida se tornam intercambiáveis, arena na qual nos inscrevemos esteticamente para que a interação aconteça, instância sensível para assunção do outro diante de mim. A escola, como promotora da prática dialógica de ensino da língua, deve promover o grande encontro entre os aprendizes para que haja troca efetiva. Tal encontro, sempre garantido pelo discurso, pode ser extremamente produtivo para os sujeitos envolvidos, pois haverá, inevitavelmente, uma atualização do repertório mobilizado e uma nova ordem sociocognitiva. “Práticas Dialógicas na Aula de Língua Portuguesa” aborda noções importantes para o entendimento do pensamento bakhtiniano, como, por exemplo, enunciado concreto, exotopia, responsividade, autoria, cronotopia, interdiscurso, carnavalização, polifonia, entre outras, sem perder de vista, no entanto, que o nosso público alvo é o professor de Língua Portuguesa da Educação Básica. Portanto, procuramos apresentar a teoria sempre articulada à prática, com a proposição de atividades factíveis para a sala de aula pautadas nessas noções. |
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